Esforço das maiores economias globais é urgente para conter mudanças climáticas

O mundo precisa de mais empenho para que redução das emissões de carbono seja uma realidade, mas esta é uma questão ainda sensível para os países que compõem o G20. Brasil apresenta soluções focadas no setor automobilístico para estimular o alcance das metas da ONU e do acordo de Paris

As emissões de gases do efeito estufa (GEE) pelos países-membros do G20 aumentaram 1,2% em 2022, de acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), lançado durante a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 28, em Dubai. O estudo revela padrões globais de desigualdades nas emissões e pede mais esforços das maiores economias do mundo para mitigar o aumento da temperatura e seus efeitos para a vida na Terra.

O Brasil está entre os países-membros que mais reduziram as emissões de carbono em 2022, junto com os países da União Europeia e a Rússia, de acordo com o mesmo estudo do PNUMA. O governo brasileiro já promove políticas públicas para a redução das emissões de carbono, diminuição do impacto das mudanças climáticas e da dependência de combustíveis fósseis.

O pioneiro Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) é a contribuição do país para a descarbonização no setor da indústria automobilística, estabelecendo requisitos para que os veículos saiam da fábrica mais econômicos e menos poluentes, bem como a medição das emissões de carbono durante todo o processo de fabricação, considerando o ciclo da fonte de energia utilizada. 

"O Mover vai ajudar o Brasil a cumprir seus compromissos com a descarbonização do planeta e com o enfrentamento às mudanças climáticas. Ele está alinhado ao nosso projeto de neoindustrialização, inovador, sustentável e exportador, e a outras medidas importantes do governo na direção de uma economia mais verde", salientou o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin. 

Outra iniciativa é o desenvolvimento de um sistema de conectividade veicular com foco na redução das emissões de carbono para o transporte rodoviário. O Descarbonizar.ai, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) vinculado ao Ministério da Fazenda, investe em projetos de instituições de Ciência e Tecnologia do país para gerar soluções que ajudem motoristas, montadoras e corporações a adotar medidas ecologicamente responsáveis e a transição para uma frota veicular com maior eficiência energética e menor emissão de gases.

Esforço contra a mudança do clima

Os países do G20 são responsáveis por 76% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) no mundo, e precisam adotar medidas mais ambiciosas para alcançar as metas climáticas, além de fornecer apoio técnico e financeiro aos países em desenvolvimento, também indica o estudo da ONU. 

Durante a presidência indiana, os sherpas do grupo de trabalho de Energia não chegaram a um acordo para a redução progressiva do uso de combustíveis fósseis e o aumento da geração de energia renovável até 2030. Atenta aos impasses do grupo, a urgência pelo enfrentamento à crise climática e por uma transição energética global, a presidência brasileira do fórum impulsiona a Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima para promover diálogos de alto nível entre os países-membros do fórum para implementar os objetivos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Acordo de Paris. 

“É urgente enfrentar com determinação a crise climática. Esse enfrentamento não terá sucesso sem a compensação financeira dos países ricos, que ao longo da história, devastaram o meio ambiente em nome do progresso a qualquer custo. O planeta precisa com urgência de uma transição energética”, defende o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.