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ECONOMIA DIGITAL
Investimentos robustos em infraestrutura são fundamentais para garantir acesso universal à internet
Atualmente, cerca de 2,6 bilhões de pessoas ao redor do mundo não têm qualquer acesso à internet, segundo dados do projeto Giga. No entanto, conectividade universal não será alcançada sem investimentos massivos em infraestrutura digital. Proposta para superar o problema foi apresentada nesta terça (11) durante evento do Grupo de Trabalho de Economia Digital.
Conectividade universal e significativa. Um dos eixos prioritários do Grupo de Trabalho de Economia Digital sob a presidência brasileira é também um dos pilares de combate à desigualdade social em um planeta cada vez mais conectado e digitalizado. Atualmente, cerca de 2,6 bilhões de pessoas ao redor do mundo não têm qualquer acesso à internet, segundo dados do projeto Giga, iniciativa da Unicef e da União Internacional de Telecomunicações (UIT).
No entanto, poucos passos consideráveis podem ser dados caso um grande (e oneroso) desafio não seja enfrentado: o massivo investimento em infraestrutura digital para garantir que a conexão de qualidade chegue a todos os rincões do Planeta.
A iniciativa reúne, em uma coligação, as partes interessadas no tema (governos, setor privado e instituições financeiras multilaterais) para identificar mecanismos e instrumentos de financiamento que possam apoiar a promoção da conectividade universal e significativa até 2030.
Nesta perspectiva foi realizado, nesta terça (11), o evento paralelo “Iniciativas de Investimentos em Infraestruturas Digitais: Preenchendo a lacuna financeira para a conectividade universal significativa”. Nele, foi apresentada a Iniciativa de Investimento em Infraestruturas Digitais (DII, na sigla em inglês) proposta pela União Internacional de Telecomunicações, parceira de conhecimento da presidência brasileira no Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20.
A iniciativa reúne, em uma coligação, as partes interessadas no tema (governos, setor privado e instituições financeiras multilaterais) para identificar mecanismos e instrumentos de financiamento que possam apoiar a promoção da conectividade universal e significativa até 2030.
O objetivo é apresentar os desafios e oportunidades em torno da infraestrutura digital e a necessidade de investimentos no setor, apresentando exemplos de mecanismos financeiros que podem acelerar conectividade universal e significativa em todo o mundo.
Para o conselheiro sênior de Engajamento Estratégico e Iniciativas da UIT, Alex Wong, há uma lacuna de investimentos em infraestrutura digital que precisa ser rapidamente fechada e para isso é necessário o engajamento dos diferentes setores envolvidos.
No entanto, de acordo com o diagnóstico apresentado no evento, estes investimentos ainda não são percebidos como economicamente viáveis para o setor privado, que vê riscos políticos, regulatórios, judiciais e de taxação, além de componentes macroeconômicos, na aplicação de recursos em infraestrutura digital. A iniciativa ajudaria a engajar e aproximar a iniciativa privada desta construção.
Investimento em conectividade para reduzir desigualdades
De acordo com a UIT, à medida em que aumenta a penetração da banda larga, há um aumento do PIB dos países - sendo que 70% dos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) têm um componente digital, sublinhando o papel da digitalização na promoção do desenvolvimento sustentável e no combate a desigualdades estruturais no Planeta.
“Acesso à internet não é magia, é tecnologia. É muito importante que o G20 discuta uma conectividade democrática, que garanta infraestrutura para todos os países, promovendo acesso a uma internet de qualidade para todas e para todos”, pontuou a secretária de Estratégia e Redes da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil, Brunna Rosa. “O desafio é conectar todo mundo, sem deixar ninguém para trás, transformando a vida das pessoas, seja na educação, seja na saúde ou no trabalho”.
“Acesso à internet não é magia, é tecnologia. É muito importante que o G20 discuta uma conectividade democrática, que garanta infraestrutura para todos os países, promovendo acesso a uma internet de qualidade para todas e para todos”, pontuou a secretária de Estratégia e Redes da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil, Brunna Rosa.
A preocupação é corroborada por Wong, da UIT, que junto com a Unicef promove o projeto Giga, de conectividade de escolas ao redor do mundo. “Investir na conectividade nas escolas, por exemplo, é estratégico. Hoje são mais de 6 milhões de escolas desconectadas em todo o mundo e é preciso ter iniciativas que solucionem esta questão”, disse aos delegados internacionais do G20.
Na ocasião foi apresentada a política brasileira de Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, que está levando internet para as cerca de 140 mil escolas públicas brasileiras, tanto urbanas como rurais.
“O acesso aos recursos de financiamento do Fust por operadores privados, para investimento na expansão de suas redes, tem como contrapartida a conexão de escolas públicas”, explicou o ministro das Comunicações do Brasil Juscelino Filho, que abriu o terceiro encontro do Grupo de Trabalho de Economia Digital na cidade de São Luís. “Adicionalmente, parte dos recursos do Leilão de Espectro 5G também estão direcionados para projetos que visam conectar escolas e equipar salas de aula habilitadas para o ambiente digital”, esclareceu.