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CÚPULA DE LÍDERES DO G20 BRASIL

Lula: “A globalização neoliberal fracassou”, sobre reforma do Conselho de Segurança da ONU e das instituições de Bretton Woods

Presidente brasileiro aponta omissão como ameaça à paz global, condena uso do veto por membros permanentes e alerta para obstáculos ao desenvolvimento sustentável.

18/11/2024 17:46 - Modificado há 6 meses
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz duras críticas à governança global em declaração que abre debates sobre o tema na Cúpula de Líderes do G20 | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz duras críticas à governança global em declaração que abre debates sobre o tema na Cúpula de Líderes do G20 | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Por Mara Karina Sousa-Silva/Site G20 Brasil

“A globalização neoliberal fracassou. A omissão do Conselho de Segurança tem sido, ela própria, uma ameaça à paz e à segurança internacional”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declaração na Cúpula de Líderes do G20 Brasil, nesta segunda-feira, 18/11, no Rio. Lula fez duras críticas ao uso de poder de veto dos membros permanentes do grupo e salientou que as instituições de Bretton Woods se tornaram obstáculos para o desenvolvimento sustentável. 

“A omissão do Conselho de Segurança tem sido, ela própria, uma ameaça à paz e à segurança internacional. Sanções unilaterais produzem sofrimento e atingem os mais vulneráveis. As instituições de Bretton Woods impuseram obstáculos aos próprios objetivos de desenvolvimento sustentável que deveriam promover”, enfatizou. 

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Lula ainda citou que os impasses recentes da governança internacional para solucionar urgências globais em medidas como o Tratado sobre Pandemias; o Pacto para o Futuro; e a COP da Biodiversidade, revelam que a “diplomacia vem perdendo terreno para a intransigência”. De acordo com o mandatário do Brasil, o cenário impulsionou a ação do país de propor uma conferência para a revisão da Carta das Nações Unidas, assinada em 1945 e que ainda rege a atuação da organização. 

Uma nova arquitetura financeira internacional 

Outro tema que figurou durante os debates do G20 Brasil, é a forma como as dívidas externas impactam desproporcionalmente o desenvolvimento de pequenas e médias economias. Lula citou como exemplo o caso de países africanos, que vêm minguar os recursos para investir em políticas públicas na quitação do serviço dos débitos. “O serviço da dívida externa de países africanos é maior que os recursos de que eles dispõem para financiar sua infraestrutura, saúde e educação”, salientou. 

Lula voltou a defender que a cooperação tributária internacional é fundamental para reduzir as desigualdades e que os recursos gerados por um sistema de taxação progressiva sejam investidos no enfrentamento da crise do clima. Para o presidente brasileiro, ampliar as vozes nas instituições multilaterais é “o caminho para a paz”

“A estabilidade mundial depende de instituições mais representativas. A pluralidade de vozes funciona como vetor de equilíbrio. O futuro será multipolar. Não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações de que a ordem internacional necessita”, concluiu o brasileiro.

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