O G20 Favelas pelo mundo: a última fase das Conferências Internacionais das Favelas antes do G20 Social
Começou a última fase das Conferências Internacionais das Favelas, que vai passar por mais de 10 países: o início aconteceu no Mali e o encerramento será em Moçambique. A delegação brasileira conta com a presença de Celso Athayde, fundador da CUFA – Central Única das Favelas, e do Marcus Vinicius Athayde, Diretor Internacional do G20 Favelas, serão os correspondentes oficiais nessa última etapa. Acompanhe as notícias do G20 Favelas e fique por dentro de tudo o que está acontecendo lá fora.
Começou a última fase das Conferências Internacionais das Favelas, que vai passar por mais de 10 países: o início aconteceu no Mali e o encerramento será em Moçambique. Após conferências por países, como África do Sul, Bélgica, Rússia, Congo e França, o G20 Favelas reunirá líderes e representantes de comunidades de várias partes do mundo, para discutir os desafios enfrentados pelas favelas. Essas discussões são fundamentais para garantir que as vozes das favelas sejam ouvidas nas políticas públicas e na criação de estratégias de desenvolvimento.
As conferências do Mali, Costa do Marfim e Zâmbia foram realizadas por lideranças locais que já estão preparando suas delegações para a visita ao Brasil, em novembro. Os debates foram centrados nos eixos já definidos nas outras conferências, mas com destaque para déficit habitacional, pobreza e insegurança alimentar e os desastres climáticos.
G20 Favelas na Suécia
Na capital da Suécia, Estocolmo, com a chegada da delegação brasileira, foram realizadas diversas atividades ao longo dos dias 27 e 28 de setembro. Celso Athayde, fundador da CUFA – Central Única das Favelas, e Marcus Vinicius Athayde, Diretor Internacional do G20 Favelas, se encontraram com a delegação da Escandinávia e com as lideranças da CUFA na Suécia, dentre eles Luís Carlos, Bruno Barbosa, Amanda e Tubarão.
A comitiva teve a oportunidade de visitar algumas lideranças das comunidades de Estocolmo que enfrentam desafios muito semelhantes às favelas brasileiras, ainda que o contexto seja diferente. Em algumas dessas áreas, o correio nem consegue entrar no território devido à violência, uma realidade que se tem mostrado globalizada. As comunidades são formadas, em grande parte, por migrantes de países como Somália e Iraque, e, apesar de não serem favelas como as do Brasil, o crescimento da violência e a falta de integração social são preocupantes nessas comunidades.
A comitiva também fez visita aos campos de futebol na Suécia, onde serão realizados os jogos da Taça das Favelas em 2025, maior campeonato entre favelas do mundo, que reúne jovens de várias comunidades para criar oportunidades de ascensão social por meio do esporte. A competição, que nasceu nas favelas brasileiras, se expandiu e agora está sendo replicada em outros cantos do planeta. Embora as realidades sejam distintas, as histórias de superação e os desafios diários são universais. Ao dividir as conquistas e aprendizados desses quase 30 anos de história da CUFA, essa experiência tem-se mostrado enriquecedora e comprova a fórmula que demonstra que, se os problemas são globais, as soluções também podem ser globalizadas.
Os encontros foram cheios de entusiasmo das lideranças locais, ao ouvir e falar sobre suas experiências com o G20 Favelas e sobre toda a construção coletiva que vem sendo desenvolvida. As tratativas para encontrar soluções coletivas e plurais fluíram com naturalidade. Um diálogo intercultural é a ponte que pode unir nossas realidades.
Nossa comitiva também se encontrou com a embaixadora do Brasil na Suécia, Maria Fontenele Reis, que a recebeu com muito carinho e interesse. Após algumas discussões produtivas, foram estabelecidas parcerias importantes. Além disso, a embaixadora se comprometeu a se reunir com a equipe da CUFA e do G20 Favelas, bem como com a prefeita da cidade, na próxima semana, com o objetivo de discutir sobre o G20 Social e também sobre o G20 Favelas. Nessa ocasião, mais de 100 prefeitos de cidades ao redor do mundo estarão reunidos, para debater os desafios urbanos do mundo, nos dias 14,15 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro.
Outro marco importante dessa visita foi o lançamento de uma parceria com o Spotify, com o objetivo de expandir e dar voz a talentos jovens das favelas no ramo da música. Essa iniciativa busca não apenas promover a cultura da favela, mas também integrar esses talentos no cenário musical global e permitir que eles possam ascender socialmente e mudar a realidade de suas famílias e suas comunidades.
G20 Favelas na Alemanha
Já em Berlim, na Alemanha, no dia 30 de setembro, foi realizada outra conferência, que trouxe à tona novos desafios e oportunidades para as favelas. Entre os encaminhamentos tirados, foi destacado que o intercâmbio de ideias entre as nações é crucial para entender as diferentes realidades enfrentadas pelas favelas ao redor do mundo. Por fim, a comitiva do G20 Favelas teve a oportunidade de realizar um encontro com o Roberto Jaguaribe, embaixador do Brasil em Berlim, que foi essencial para discutir a importância do G20 Favelas nas políticas brasileiras e o papel do Brasil na promoção da justiça social global.
Matéria produzida pela equipe do G20 Favelas, em uma parceria de conteúdos da Comunicação do G20 Brasil
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